quarta-feira, 19 de maio de 2010

BAKHTIN EM TRECHOS

BAKHTIN EM TRECHOS
Principais contribuições de M. Bakhtin para o estudo da linguagem e da literatura

“Portanto, por trás de cada texto está o sistema da linguagem. A esse sistema correspondem no texto tudo o que Ž é repetido e reproduzido e tudo que pode ser repetido e reproduzido, tudo o que pode ser dado fora de tal texto (o dado). Concomitantemente, porém, cada texto (como enunciado) é algo individual, único e singular, e nisso reside todo o seu sentido (a sua intenção em prol da qual ele foi criado). É aquilo que nele tem relação com a verdade, com a bondade, com a beleza, com a história.” (BAKHTIN, 1998)

“Na realidade não são palavras o que pronunciamos ou escutamos, mas verdades ou mentiras, coisas boas ou más, importantes ou triviais, agradáveis ou desagradáveis, etc. A palavra está sempre carregada de um conteúdo ou de um sentido ideológico ou vivencial” (BAKHTIN, 1998)

“...a língua não se transmite (...). Os indivíduos não recebem a língua pronta para ser usada; eles mergulham na corrente de comunicação verbal e somente quando isto ocorre é que tomam consciência de si e do mundo que os cerca”. (1972, p. 108)

“Os sujeitos não ‘adquirem’ sua língua materna; é nela e por meio dela que ocorre o primeiro despertar da consciência”
“Toda enunciação, mesmo na forma imobilizada na escrita, é uma resposta a alguma coisa e é construída como tal. Não passa de um elo na cadeia dos atos de fala”
O próprio Deus teve que encarnar-se para amar, sofre e perdoar, teve, por assim dizer, de abandonar um ponto de vista abstrato sobra a justiça. A existência se instaura, de uma vez por todas, entre mim, que sou único, e todos aqueles que são outros para mim e, daí em diante, qualquer ato e qualquer juízo só podem ser feito a partir dessa posição que eles postulam enquanto tais.(BAKHTIN, 1992, p. 143).



a palavra penetra literalmente em todas relações entre indivíduos, nas relações
de colaboração, nas de base ideológica, nos encontros fortuitos da vida cotidiana, nas relações de caráter político, etc. As palavras são tecidas a partir de uma multidão de fios ideológicos e servem de trama a todas as relações sociais em todos os domínios.(BAKHTIN, 1997, p. 41)

“discurso é um fenômeno social em todas as esferas de sua existência” (BAKHTIN, 1993, p.71)
"Até hoje ainda existem na linguística ficções como "ouvinte" e o "entendedor" (parceiros do "falante", do "fluxo único da fala" etc). Tais ficções dão uma noção absolutamente deturpada do processo complexo e amplamente ativo da comunicação discursiva. Não se pode dizer que esses esquemas sejam falsos e que não correspondam a determinados momentos da realidade; contudo, quando passam ao objetivo real da comunicação discursiva eles se transformam em ficção científica. Neste caso, o ouvinte, ao perceber e compreender o significado (linguístico) do discurso, ocupa simultaneamente em relação a ele uma ativa posição responsiva: concorda ou discorda dele (total ou parcialmente), completa-o, aplica-o, prepara-se para usá-lo (...). Portanto, toda compreensão plena real é ativamente responsiva e não é senão uma fase inicial preparatória da resposta (...). Cada enunciado é um elo na corrente complexamente organizada de outros enunciados." Bakhtin, Mikhail. Estética da criação verbal, p. 271-272.
"O desconhecimento da natureza do enunciado e a relação diferente com as peculiaridades das diversidades de gênero do discurso em qualquer campo da investigação linguística redundam em formalismo e em uma abstração exagerada, deformam a historicidade da investigação, debilitam as relações da língua com a vida." Bakhtin, Mikhail. Estética da criação verbal, p. 264-265.
"O emprego da língua efetua-se em forma de enunciados (orais e escritos) concretos e únicos, proferidos pelos integrantes desse ou daquele campo da atividade humana." Bakhtin, Mikhail. Estética da criação verbal, p. 261.
“É possível dizer que dialogismo é o modo de funcionamento real da linguagem, que se articula sempre entre relações de enunciados. Além desse dialogismo constitutivo, temos o composicional, pelo qual o locutor incorpora vozes de outros de forma expressa (discurso objetivado) ou não (discurso bivocal). É possível ainda um terceiro conceito de dialogismo, no qual a noção de que o sujeito se constitui historicamente e a partir dos outros é determinante para sua própria ação”.
"Por isso o enunciado é representado por ecos como que distantes e mal percebidos das alternâncias dos sujeitos do discurso e pelas tonalidades dialógicas, enfraquecidas ao extremo pelos limites dos enunciados, totalmente permeáveis à expressão do autor. O enunciado se verifica um fenômeno muito complexo e multiplanar se não o examinamos isoladamente e só na relação com o seu autor (o falante), mas como um elo na cadeia da comunicação discursiva e da relação com outros enunciados a ele vinculados (essas relações costumavam ser descobertas não no plano verbalizado - estilístico-composicional - mas tão-somente no plano semântico-objetal)." Bakhtin, Mikhail. Estética da criação verbal, p. 299.
“aquele que apreende a enunciação de outrem não é um ser mudo, privado da palavra, mas ao contrário um ser cheio de palavras interiores” (p. 147)mfl
a linguagem vive na comunicação dialógica daqueles que a usam” (p. 158). PPD

“A língua, como sistema de formas que remetem a uma norma, não
passa de uma abstração, que só pode ser demonstrada no plano teórico
e prático do ponto de vista do deciframento de uma língua morta e do
seu ensino. Esse sistema não pode servir de base para a compreensão e
explicação dos fatos lingüísticos enquanto fatos vivos e em evolução”
(Bakhtin: 1988:108).MFL

“(...) todo o discurso concreto (enunciação) encontra aquele objeto
para o qual está voltado sempre, por assim dizer, já desacreditado,
contestado, avaliado envolvido pela névoa escura ou, pelo contrário,
iluminado pelos discursos de outrem que já falaram sobre ele”
(Bakhtin, 1988:86).
“ todo discurso é orientado para a resposta e ele não pode esquivar-se à influência profunda do discurso da resposta antecipada” (p. 89)

“a resposta compreensível é a força essencial que participa da formação do discurso e, principalmente, da compreensão ativa, percebendo o discurso como oposição ou reforço e enriquecendo-o” (p. 89)

“A compreensão amadurece apenas na resposta. A compreensão e a resposta estão fundidas dialeticamente e reciprocamente condicionadas, sendo impossível uma sem a outra” (p.90)

“a todo instante se encontra nas conversas ‘uma citação’ ou ‘uma
referência’ àquilo que disse uma determinada pessoa, ao que ‘se diz’
ou àquilo que ‘todos dizem’, às palavras de um interlocutor, às nossas
próprias palavras anteriormente ditas, a um jornal, a um decreto, a um
documento, a um livro, Tc...” (Bakhtin, 1988:140).
“Com base no que foi dito, pode-se afirmar que na composição de
quase todo enunciado do homem social desde a curta réplica do
diálogo familiar até as grandes obras verbal-ideológicas (literárias,
científicas e outras) existe, numa forma aberta ou velada, uma parte
considerável de palavras significativas de outrem, transmitidas por um
ou outro processo. No campo de quase todo enunciado ocorre uma
interação tensa e um conflito entre sua palavra e a de outrem, um
processo de delimitação ou de esclarecimento dialógico mútuo (...)”
(Bakhtin, 1988:153)
“As palavras do outro, introduzidas na nossa fala, são revestidas inevitavelmente de algo novo, da nossa compreensão e da nossa avaliação, isto é, tornam-se bivocais" (p. 169).

“A compreensão responsiva nada mais é senão a fase inicial e preparatória
para uma resposta (...). O desejo de tornar seu discurso inteligível é apenas um elemento abstrato da intenção discursiva em seu todo” (p. 291).

“O objeto do discurso de um locutor, seja ele qual for, não é objeto do
discurso pela primeira vez neste enunciado, e este locutor não é o
primeiro a falar dele. O objeto, por assim dizer, já foi falado,
controvertido, esclarecido e julgado de diversas maneiras, é o lugar
onde se cruzam, se encontram e se separam diferentes pontos de vista,
visões do mundo, tendências” (Bakhtin, 1992:319)
“O homem entra no diálogo como voz integral. Participa dele não só
com seus pensamentos, mas também com seu destino, com toda a sua
individualidade”. (Estética da Criação Verbal ([1979], 2003:349),

“A vida é dialógica por natureza. Viver significa participar do diálogo:
interrogar, ouvir, responder, concordar, etc. Nesse diálogo o homem
participa inteiro e com toda a vida: com os olhos, os lábios, as mãos, a
alma, o espírito, todo o corpo, os atos. Aplica-se totalmente na palavra, e
essa palavra entra no tecido dialógico da vida humana, no simpósio
universal (Bakhtin, [1979]; 2003:348).
A língua materna, seu vocabulário e sua estrutura gramatical, não os
conhecemos por meio dos dicionários ou manuais de gramática, mas sim
graças aos enunciados concretos que ouvimos e que reproduzimos na
comunicação discursiva efetiva com as pessoas que nos rodeiam
(Bakhtin, [1979]; 2003: 326 ).

A palavra dirige-se a um interlocutor: ela é função da pessoa desse
interlocutor: variará se se tratar de uma pessoa do mesmo grupo pessoal
ou não, se esta for inferior ou superior na hierarquia social, se estiver
ligada ao locutor por laços sociais mais ou menos estreitos (pai, mãe,
marido, etc.) (Bakhtin, [1977]; 2004:112).
Através da palavra, defino-me em relação ao outro, isto é, em última
análise, em relação à coletividade. A palavra é uma espécie de ponte
lançada entre mim e os outros. Se ela se apóia sobre mim numa
extremidade, na outra apóia-se sobre o meu interlocutor. A palavra é o
território comum do locutor e do interlocutor (Bakhtin, [1977];
2004:113).
No diálogo cotidiano, na correspondência, essa coincidência pessoal é comum:
aquele a quem eu respondo é o meu destinatário, de quem, por sua vez, aguardo resposta (ou, em todo caso, uma ativa compreensão responsiva). Mas nos casos de tal coincidência pessoal uma pessoa desempenha dois diferentes papéis, e essa diferença de papéis é justamente o que importa. Porque o enunciado daquele a quem eu respondo (com o qual concordo, ao qual faço objeção, o qual executo, levo em conta, etc.) já está presente, a sua resposta (ou compreensão responsiva) ainda está por vir (Bakhtin, [1979]; 2003:302).

Cada enunciado é pleno de ecos e ressonâncias de outros enunciados com os
quais está ligado pela identidade da esfera de comunicação discursiva. Cada
enunciado deve ser visto antes de tudo como uma resposta aos enunciados
precedentes de um determinado campo (aqui concebemos a palavra “resposta” no sentido mais amplo): ela os rejeita, confirma, completa, baseia-se neles,
subentende-os como conhecidos, de certo modo os leva em conta. Porque o
enunciado ocupa uma posição definida em uma dada esfera da comunicação, emuma dada questão, em um dado assunto, etc. (Bakhtin, [1979]; 2003:297).

Cada conjunto verbalizado grande e criativo é um sistema de
relações muito complexo e multiplanar. Na relação criadora com
a língua não existem palavras sem voz, palavras de ninguém. Em
cada palavra há vozes às vezes infinitamente distantes, anônimas,
quase impessoais (as vozes dos matizes lexicais, dos estilos,
etc.), quase imperceptíveis, e vozes próximas, que soam
concomitantemente (Bakhtin, [1979]; 2003:330).



BAKHTIN, M. Problemas da Poética de Dostoiévski. RJ: Forense-Universitária, 1981.
____. “O Problema do Texto”. In: Estética da Criação Verbal. SP: Martins Fontes, 1992. p. 327-358.
____. “Os gêneros do Discurso”. In: Estética da Criação Verbal. SP: Martins Fontes, 1992. p. 277-326.
____. Questões de Estética e Literatura: a teoria do romance. SP: HUCITEC, 1988.
____. (Voloschinov). Marxismo e Filosofia da Linguagem. SP:HUCITEC, 1988.

terça-feira, 18 de maio de 2010

III JORNADA DO CURSO DE LETRAS DO CAMPUS DA UFPA EM CAMETÁ

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
CAMPUS UNIVERSITÁRIO DO TOCANTINS/CAMETÁ – CUNTINS
FACULDADE DE LINGUAGEM – FACLING








III JORNADA DO CURSO DE LETRAS DO CAMPUS DA UFPA EM CAMETÁ
&
III FEIRA DO LIVRO NA AMAZÔNIA CAMETAENSE


inscrições abertas: jornadadeletrascameta@gmail.com ou jornadadeletrascameta.blogspot.com





TEMA
LÍNGUA, LITERATURA E OUTRAS LINGUAGENS: SUJEITOS, OBJETOS E ENSINO NA AMAZÔNIA







Cametá – Pará
2010

1. IDENTIFICAÇÃO

1.1 EVENTO: III JORNADA DO CURSO DE LETRAS DO CAMPUS DA UFPA EM CAMETÁ & III FEIRA DO LIVRO NA AMAZÔNIA CAMETAENSE
TEMA: LÍNGUA, LITERATURA E OUTRAS LINGUAGENS: SUJEITOS, OBJETOS E ENSINO NA AMAZÔNIA

1.2 TIPO DE EVENTO: NACIONAL

1.3 INSTITUIÇÃO ORGANIZADORA: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ – CAMPUS UNIVERSITÁRIO DO TOCATINS/CAMETÁ – FACULDADE DE LINGUAGEM

1.4 COORDENADORES:

1.4.1 DORIEDSON DO SOCORRO RODRIGUES. Graduado em Educação Física pela Universidade do Estado do Pará (1992) e em Letras – Hab. Língua Portuguesa pela Universidade Federal do Pará (1999), Especialista em Língua Falada e Ensino do Português (2001)- PUCMG, Mestre em Letras pela Universidade Federal do Pará (2005). Professor assistente II da Universidade Federal do Pará. Tem experiência na área de Lingüística, com ênfase em Variação e Política Lingüística, atuando principalmente nos seguintes temas: plurilingüismo, sociolingüística (interacional e variacionista), atitudes lingüísticas, dialetologia, ensino-aprendizagem do português. No que se refere à temática “Trabalho e Educação”, vem discutindo questões de classe e consciência de classe, trabalho como princípio educativo, saberes sociais no interior de atividades produtivas de pescadores artesanais. A partir de 2006, vem discutindo questões de linguagem e educação do trabalhador do campo na Amazônia, com ênfase na profissionalização e desenvolvimento regional, no interior do Projeto de Pesquisa “A Educação do Trabalhador do Campo na Amazônia”, coordenado pelo Dr. Gilmar Pereira da Silva - UFPA. É membro pesquisador do Projeto Vozes da Amazônia: corpus oral e fala espontânea, Resolução 037/2001 - CLA/UFPA, coordenado pela Dr. Regina Célia Fernandes Cruz (UFPA), e do Projeto Nacional Descrição Sócio-Histórica das Vogais do Português do Brasil, coordenado pelo Dr. Shwan Lee (UFMG). Desde 2009 integra o Projeto de Pesquisa “EXPERIÊNCIAS DE ENSINO INTEGRADO NO ESTADO DO PARÁ”, coordenado pelo Dr. Ronaldo Marcos de Lima Araujo, responsável pelo Grupo de Pesquisas em Trabalho e Educação (GEPTE) da UFPA. Doutorando do Programa de Pós-Graduação do Instituto de Ciências da Educação da UFPA.
• Endereço para acessar este CV: http://lattes.cnpq.br/1127076028303549


1.4.2 IVONE DOS SANTOS VELOSO. Graduada em Letras - Habilitação em Língua Portuguesa pela Universidade Federal do Pará. Especialista em Ensino de Língua Portuguesa sob uma abordagem textual (UFPA), Mestra em Estudos Literários pela Universidade Federal do Pará (2007). Atualmente é professora assistente da Universidade Federal do Pará e DIretora da Faculdade de Linguagem/ UFPA/CUNTINS, atuando no ensino de Graduação e de Pós-graduação latu senso, bem como na pesquisa e na extensão universitária. Coordena o Projeto Fortalecer/Experimento com textos de jornais e revistas. Participa de Grupo de Pesquisa em Estudos de Narrativa na Amazônia e Grupo de Pesquisa em Construções identitárias na Amazônia. Tem experiência na área de Letras, com ênfase em Literatura Brasileira e Amazônica, atuando principalmente nos seguintes temas: literatura, prática de ensino, cultura, história e identidade.
• Endereço para acessar este CV:
http://lattes.cnpq.br/2681994269606031


1.5 PERÍODO DE REALIZAÇÃO DO EVENTO: 28, 29 e 30 de JUNHO DE 2010.

1.6 LOCAL DO EVENTO: CAMPUS UNIVERSITÁRIO DO TOCATINS/CAMETÁ.

1.7 PÚBLICO-ALVO: PROFESSORES DA EDUCAÇÃO BÁSICA, ESTUDANTES DE LETRAS, EDUCADORES DE MOVIMENTOS SOCIAIS E DEMAIS ESTUDANTES VOLTADOS PARA DISCUTIR a temática LÍNGUA, LITERATURA E OUTRAS LINGUAGENS: SUJEITOS, OBJETOS E ENSINO NA AMAZÔNIA.























2 RESUMO

A III Jornada do Curso de Letras do Campus Universitário do Tocantins/Cametá e a III Feira do Livro constitui-se em evento anual promovido pela Faculdade de Linguagem do referido Campus, objetivando promover intercâmbio entre universidade e sociedade que a permeia, no tocante a questões relacionadas à língua, literatura e outras linguagens. Previsto para os dias 28, 29 e 30 de junho de 2010, em termos de público espera-se no evento mais de 200 participantes, envolvendo docentes da educação básica, discentes de letras e educadores ligados a movimentos sociais, a fim de se problematizar a temática LÍNGUA, LITERATURA E OUTRAS LINGUAGENS: SUJEITOS, OBJETOS E ENSINO NA AMAZÔNIA. O evento será consubstanciado por conferências, palestras, mesas-redondas, mini-cursos, comunicações orais, momentos culturais, lançamento de livros, sessão de painéis. Como resultado dos debates e produções desenvolvidas durante o evento pretende-se lançar os ANAIS DA JORNADA, publicizando ainda mais o que produz no interior da universidade. Em termos operacionais, o evento envolverá os docentes da Faculdade de Linguagem, bem como discentes e a coordenação do Campus de Cametá. Conferencistas, além de outros participantes, estão previstos também de outros estados, dando cunho nacional ao evento em apreço, o que significa também abertura para que participantes de outras regiões do estado e do país se façam presentes. A Jornada em apreço pretende atuar como um amálgama entre o que se produz em termos de conhecimento e o que a sociedade vem produzindo em termos de saberes experienciais no ensino-aprendizagem de língua, atentando-se para questões de letramento nos municípios que circundam a sede do Campus da UFPA em Cametá, bem como para processos de leitura em que estão envolvidos os sujeitos escolares ou não. Realizado no Campus de Cametá, o evento disporá de três auditórios climatizados (um para 250 lugares, outro para 200 e um terceiro para 60 pessoas), 10 salas de aula, equipamentos de projeção, áudio e vídeo, bem como sala de multimeios.



















3 INTRODUÇÃO

O Curso de Letras do Campus Universitário do Tocantins/Cametá nasceu com o Projeto de Interiorização da UFPA. Desde a segunda metade da década de oitenta do século passado vem formando licenciados plenos para o exercício do magistério no ensino-aprendizagem de língua no interior da Amazônia Paraense, como os municípios de Mocajuba, Baião, Oeiras do Pará, Limoeiro do Ajuru, Igarapé-Miri, dentre outros.
E durante esses mais de 20 anos o Curso mudou consideravelmente, objetivando cada vez mais atender às demandas peculiares de quem vive a formação humana num contexto de rios, dialetos, identidades, perspectivas históricas que constituem o homem e a mulher como sujeitos da Amazônia. Para tanto, houve, por exemplo, reformulação do Projeto Político Pedagógico do Curso, bem como avanço no sentido de se lançar mais uma habilitação, além da habilitação em Língua Portuguesa. Tratou-se, por conseguinte, do Curso de Letras em Língua Inglesa. Mas também sentiu-se necessidade de se continuar atuando junto aos egressos do curso, estabelecendo uma interface entre os discentes que vivem atualmente a dinâmica do curso e aqueles que agora militam em sala de aula, quer no sistema municipal, estadual ou particular de ensino.
Foi nessa perspectiva, principalmente a partir do aumento de seu corpo docente, via projeto REUNI/MEC, que a Faculdade de Linguagem passou a desenvolver, anualmente, sua Jornada, bem como sua Feira do Livro. Tratou-se de se estabelecer, portanto, a unidade que personifica uma Universidade, articulando ensino-pesquisa-extensão, principalmente quando se atenta para o fato de que nessas jornadas promovem-se debates sobre o ensino-aprendizagem de língua, discutindo-se metodologias, estratégias de ensino, procedimentos didáticos. Os eventos vêm constituindo-se, pois, em grandes momentos para uma interação entre o cotidiano das salas de aula da região e o que se produz na Universidade.
Na I Jornada do Curso de Letras, realizada em 2008, mais de 200 pessoas participaram do evento, entre docentes da Educação Básica, estudantes de Graduação, além de representantes de movimentos sociais. Muito mais que discussões acadêmicas, o evento consubstanciou-se em momento para debates sobre a própria política de ensino-aprendizagem que norteia processos de formação no interior tanto dos movimentos sociais como dos sistemas oficiais de ensino. Debates, conferências, palestras, mesas-redondas, mini-cursos, painéis, comunicações, momentos culturais deram a tônica do evento, o mesmo ocorrendo em 2009, com a II Jornada do Curso de Letras do Campus Universitário do Tocantins/Cametá.
A Jornada, portanto, atua como um amálgama entre o que se produz em termos de conhecimento e o que a sociedade vem produzindo em termos de saberes experienciais no ensino-aprendizagem de língua, atentando-se para questões de letramento nos municípios que circundam a sede do Campus da UFPA em Cametá, bem como para processos de leitura em que estão envolvidos os sujeitos escolares ou não. É nessa perspectiva que se almeja a III Jornada do Curso de Letras do Campus de Cametá e III Feira do Livro, desta feita com o tema “LÍNGUA, LITERATURA E OUTRAS LINGUAGENS: SUJEITOS, OBJETOS E ENSINO NA AMAZÔNIA”.



4 OBJETIVOS

Pesquisas sobre aspectos lingüísticos e literários na Microrregião Tocantina, onde se encontra o Campus de Cametá, vêm sendo desenvolvidas ao longo dos anos, quer em forma de TCCs, projetos de pesquisas, bem como resultantes de dissertações de mestrado e teses de doutorado, apontando sérios problemas na constituição da escola destinada a filhos de trabalhadores da Amazônia Tocantina. Trata-se de uma escola que não reconhece as identidades lingüístico-literárias dos sujeitos que a constituem, porque voltada para valores ditos burgueses. Em oposição a essa escola, os trabalhadores buscam outras formas de escolarização. É Nessa perspectiva, então, que se objetiva a realização da III Jornada do Curso de Letras do Campus de Cametá e III Feira do Livro, no sentido de se:
- Promover intercâmbio entre os sujeitos que militam no Ensino-Aprendizagem de Língua no interior da Amazônia Tocantina e os que se encontram no interior da Academia, objetivando responder às demandas tanto de formação continuada como inicial;
- Discutir procedimentos didáticos de ensino-aprendizagem de língua, literatura e outras linguagens, considerando-se os sujeitos e os objetos de ensino que permeiam o universo amazônico, contexto da microrregião Cametá (Mocajuba, Oeiras do Pará, Limoeiro do Ajuru, Baião, Cametá, Igarapé-Miri);
- Contribuir para discussões sobre processos de letramento no interior da Amazônia, considerando-se a dinâmica histórico-social que permeia a vida tanto de aprendizes da educação básica, como de docentes e de setores ligados á educação popular, como igrejas, sindicatos e demais movimentos sociais;
- Refletir estratégias de ensino de leitura e escrita no contexto amazônico, atentando-se para a relação local e universal na constituição do sujeito escolar;
- Favorecer a socialização de experiências de pesquisa, ensino e extensão no tocante ao ensino-aprendizagem de língua, literatura e outras linguagens, como o cinema, música e dança, promovendo-se reflexões sobre dinâmicas outras para o processo de ensino-aprendizagem de leitura, escrita, fala e escuta no interior do universo escolar.

















5 JUSTIFICATIVA

No interior da Amazônia Tocantina (compreendendo os municípios de Cametá, Oeiras do Pará, Limoeiro do Ajuru, Baião, Mocajuba), como estabelecer intercâmbio acadêmico-cientítico-cultural entre universidade e a sociedade que a envolve? E ainda, por que se realizar tal procedimento? A tais indagações, algumas respostas contribuem para mostrar a relevância de um evento como a III Jornada do Curso de Letras do Campus de Cametá e a III Feira do Livro.
Comecemos pela segunda indagação. A realização de eventos como os desta natureza contribuem para dinamizar a formação acadêmica daqueles que irão ou já militam no ensino-aprendizagem de língua, literatura e outras linguagens. Ora, a formação acadêmica demandada pelas próprias condições materiais do universo escolar, com sujeitos com diferentes experiências de letramento, oriundos de diversas frações da classe trabalhadora, em especial, exige que a universidade mantenha uma relação dialética com os sujeitos para os quais deve sua existência. Já não cabe, portanto, uma formação acadêmica em que os discentes discutem a realidade como que abstraindo-a das condições materiais em que são produzidas. Há necessidade, pois, de se promover movimentos em que sociedade e academia dialoguem, objetivando ouvir demandas, socializar experiências, tanto de um lado como de outro.
Além disso, eventos como a III Jornada do Curso de Letras e III Feira do Livro tornam-se momentos importantíssimos para que egressos do Curso de Letras e demais profissionais da educação, como pedagogos, historiadores, procedam interação no sentido de intercambiar experiências, problematizar o próprio fazer de quem desenvolve ações sobre a língua, quer em sua manifestação escrita como falada, a fim de se promover com qualidade a própria produção do conhecimento científico das universidades, porque mergulhado no cotidiano da sociedade, no fazer daqueles que elaboram aulas, alfabetizam, desenvolvem ações de letramento.
Acrescente-se ainda que a universidade não deve existir independente da sociedade, do contrário corre-se o risco de tornar-se uma abstração para aqueles que labutam diariamente entre rios, igarapés da Amazônia. É preciso que a mesma esteja atendendo às demandas, no tocante ao ensino-aprendizagem de língua, de homens e mulheres marginalizados pelo dialeto, pela escrita, pela leitura, no sentido de também contribuir para a emancipação humana. E eventos como o aqui descrito cumpre esse papel, à medida que funciona como momento de debates, de socialização de conhecimentos.
Quanto à primeira indagação, serve como projeção bastante enfática para a própria realização da III Jornada do Curso de Letras e III Feira do Livro. Se considerarmos a dificuldade, em termos financeiros, para se participar de ações que promovam processos de formação continuada e inicial, veremos que poucos são os que conseguem ir até a capital do Estado, Belém, para se envolver em eventos acadêmico-científico-culturais. Em primeiro lugar, os que já militam na educação raras vezes dispõem recursos suficientes, considerando-se os baixos salários que recebem, para dispor-se a ir até os eventos que se realizam nos grandes centros urbanos, o mesmo acontecendo com filhos de trabalhadores que adentram, geralmente sem renda fixa, quando possuem, o universo acadêmico. Filhos de pescadores, agricultores, por exemplo, muitos universitários, não raras as vezes, encontram nas atividades de ensino a razão de ser na universidade, não participando de ações extensionistas em outros centros, ou até de pesquisa, por falta de recursos.
Diante de tais situações, a realização de um evento como a III Jornada do Curso de Letras e III Feira do Livro no próprio campus de Cametá é condição importantíssima para o processo de formação dos sujeitos que interagem a partir da universidade no interior da Amazônia. Utilizando-se a célebre citação de que “Se Maomé não vai à montanha, a montanha vai à Maomé”, passamos a considerar que “Se professores da educação básica e Acadêmicos não têm condições para participar de ações, na capital, que problematizem o ensino-aprendizagem de língua, literatura e outras linguagens por falta de recursos, então a universidade criará condições locais para que esses sujeitos tenham seus processos formação amplamente desenvolvidos onde habitam”. Assim, há somente um gasto, por parte da universidade, contribuindo para que a formação universitária continue gratuita e com qualidade social para inúmeros filhos da Amazônia que nela ingressaram e ingressam na relação cíclica de formação que constituem a existência humana.
Nos dias 28, 29 e 30 de julho de 2010, no Campus Universitário do Tocantins/Cametá, professores da educação básica, estudantes de letras e ligados e processos de alfabetização e letramento, bem como sujeitos que militam na educação junto a movimentos sociais terão oportunidade de participar de um evento voltado para a temática “LÍNGUA, LITERATURA E OUTRAS LINGUAGENS: SUJEITOS, OBJETOS E ENSINO NA AMAZÔNIA”, problematizando questões pertinentes à literatura, a letramento, a objetos de ensino e sujeitos que vivenciam linguagens. Trata-se de evento com forte tendência para propiciar intercâmbio entre universidade e sociedade em que se encontra mergulhada.
Durante três dias, o local e universal estarão convivendo dialeticamente, à medida que pesquisadores de outros estados se farão ouvir, mas também ouvirão os saberes e conhecimentos daqueles que vivem a Amazônia em termos de língua, literatura e outras linguagens. Nesse período, espera-se que o intercâmbio entre pesquisadores, estudantes e sociedade civil seja pautado pelo compromisso com os valores lingüístico-literários dos povos da Amazônia, sem perder de vista a universalidade que permeia tanto os saberes amazônicos como aqueles construídos historicamente por outros sujeitos.
Esperando cerca de 300 participantes, considerando-se a nova estrutura-física do Campus de Cametá (novo auditório, novas salas de aulas (para mini-cursos, comunicações, exposições, etc.), o evento pretende reunir sujeitos que discutam “LÍNGUA, LITERATURA E OUTRAS LINGUAGENS: SUJEITOS, OBJETOS E ENSINO NA AMAZÔNIA”, produzindo conhecimentos voltados para as demandas locais, a ser publicado em forma de ANAIS, como que materializando a tese de “A Universidade produz e mostra”. Além disso, será momento importante para que a comunidade, através de ações culturais, por exemplo, manifeste-se na universidade, promovendo-se a dança e a música de cunho regional, bem como suas experiências quanto ao trato com o universo das linguagens diversas que servem à comunicação de homens e mulheres da Amazônia Tocantina.



6 PROGRAMAÇÃO

6.1 CONVIDADOS

CONVIDADO/A INSTITUIÇÃO AÇÃO
Dr. Seung Hwa Lee UFMG Realizar conferência
Drª Regina Cruz UFPA Participar de Mesa Redonda
Dr. Luiz Heleno Montoril Del Castilho UFPA/ PPML Realizar a conferência
Dr. Salma Ferraz UFSC Ministrar o mini-curso
Dr. Joaquim Nepomuceno Ministrar o mini-curso
Dr. Soellis Mendes UFPA (Marabá) Participar de Mesa redonda
MS. Marcelo Pires UFPA(Belém) Ministrar oficina
MSc Augusto Sarmento UFPA (Abaetetuba) Participar de Mesa Redonda
Dra. Gilcilene Costa UFPA(Altamira) Realizar Conferência





























6.2 NÚMERO DE TRABALHOS PREVISTOS A SEREM APRESENTADOS

6.2.1 COMUNICAÇÕES ORAIS: 60
6.2.2 POSTERES: 30
6.2.3 MINI-CURSOS: 05
6.2.4 OFICINAS: 04

6.3 NÚMERO DE PARTICIPANTES ESPERADOS: 250

6.4 NÚMERO DE CONFERÊNCIAS: 3

6.5 NÚMERO DE MESAS REDONDAS: 2

• SEGUNDA-FEIRA – 28 DE JUNHO DE 2010
Credenciamento – 08h às 12h.
Credenciamento – 14h às 16h.
* 16h- Abertura (Abertura)
 Dr. Gilmar Pereira da Silva (UFPA)
 Msc. Doriedson Rodrigues (UFPA)
 Msc. Ângela Sampaio (UFPA)
 Msc. Ivone Veloso (UFPA)
* 17h às 18h30 - Conferência
CONFERÊNCIA: Max Martins: sujeitos e objetos de uma linguagem poética
Conferencista: Prof.Dr. Luiz Heleno Montoril Del Castilho

* 19h- Programação Cultural
 Feira do Livro

• TERÇA-FEIRA – 29 DE JUNHO DE 2010
* 8h às 9h30 – Conferência II
CONFERÊNCIA: A variação lingüística e as alternâncias de vogais pretônicas no PB
DR. SEUNG HWE LEE(UFMG)

* 9:30h -10h – Coffe Break.
* 10h às 12h – Comunicações
GT 01: LITERATURA, CULTURA E SOCIEDADE
GT 02: LINGUA, TRABALHO E EDUCAÇÃO
GT 03: PRÁTICAS PEDAGÓGICAS E ENSINO-APRENDIZAGEM DE LÍNGUA
GT 04: EXPERIÊNCIAS PEDAGÓGICAS EM LÍNGUA INGLESA
GT 05: LÍNGUA, VARIAÇÃO E ENSINO
GT 06: LINGUAGEM AUDIO-VISUAL, ENSINO E ARTE
* 14h às 18h – mini-cursos e oficinas
MINI-CURSOS
1. TÍTULO: O SAGRADO NA LITERATURA
Dr. Salma Ferraz (UFSC)
2. TÍTULO: LINGUAGEM, TRABALHO E IDEOLOGIA
Msc. Doriedson Rodrigues (UFPA)
3. TÍTULO: LÍNGUA E ENSINO
Dr . Joaquim Nepomuceno
4. TÍTULO: Saberes, práticas nas narrativas orais da Amazônia
Dr. Benedita Celeste Moraes Pinto( UFPA/ FACTHO)
5. TÍTULO: Leitura e escrita na contemporaneidade: por uma pedagogia dos multiletramentos
Prof.Ms. Luis Viana Valente (UFPA)
OFICINAS
1. TÍTULO: TEATRO E LITERATURA
Msc. Ângela Vasconcelos e Prof. Hélio Vasconcelos (UFPA)

2. TÍTULO: TECNOLOGIA E LINGUAGEM – VARBRUL
MS. Marcelo Pires (UFPA)

3. TÍTULO: RELAÇOES ENTRE LITERATURA E HISTÓRIA
Msc Francivaldo Nunes(UFPA/FACTHO)

4. TÍTULO: INGLÊS PARA INICIANTES: TÉCNICAS DE LEITURA
Msc. Ana Lilia Rocha (UFPA)
* 18h – Conferência: LÍNGUA, LITERATURA E OUTRAS LINGUAGENS: SUJEITOS, OBJETOS E ENSINO NA AMAZÔNIA
MESA REDONDA: Profª Drª Regina Célia Fernandes Cruz, Dr. Soellis Mendes e Prof. Augusto Sarmiento

* 19 h– Programação Cultural

• QUARTA-FEIRA – 30 DE JUNHO DE 2010
* 8h às 9h30 – MESA-REDONDA
TEMA: O curso de Letras e o PARFOR: sujeitos e objetos de ensino

MSc. Joaquim Maia de Lima (Coordenador do Curso de Letras/PARFOR/UFPA)
Msc. Ivone dos Santos Veloso (]Diretora da FACLING/Professora do PARFOR/UFPA/Cametá)
Dr. Márcio Nascimento (Coordenador Geral do PARFOR/UFPA)
Discente/Professor do PARFOR/LETRAS – CAMETÁ – Maria José Pantoja

COORDENADOR: Doriedson do Socorro Rodrigues

* 9h30. – Coffe Break.
* 10h às 12h – Comunicações
GT 01: LITERATURA, CULTURA E SOCIEDADE
GT 02: LINGUA, TRABALHO E EDUCAÇÃO
GT 03: PRÁTICAS PEDAGÓGICAS E ENSINO-APRENDIZAGEM DE LÍNGUA
GT 04: EXPERIÊNCIAS PEDAGÓGICAS EM LÍNGUA INGLESA
GT 05: LÍNGUA, VARIAÇÃO E ENSINO
GT 06: LINGUAGEM AUDIO-VISUAL, ENSINO E ARTE

* 10h às 12h – Pôsteres
GT 01: LITERATURA, CULTURA E SOCIEDADE
GT 02: LINGUA, TRABALHO E EDUCAÇÃO
GT 03: PRÁTICAS PEDAGÓGICAS E ENSINO-APRENDIZAGEM DE LÍNGUA
GT 04: EXPERIÊNCIAS PEDAGÓGICAS EM LÍNGUA INGLESA
GT 05: LÍNGUA, VARIAÇÃO E ENSINO
GT 06: LINGUAGEM AUDIO-VISUAL, ENSINO E ARTE

* 14h às 18h – mini-cursos e oficinas
MINI-CURSOS
1.TÍTULO: O SAGRADO NA LITERATURA
Dr. Salma Ferraz (UFSC)
2.TÍTULO: LINGUAGEM, TRABALHO E IDEOLOGIA
Msc. Doriedson Rodrigues (UFPA)
3.TÍTULO: LÍNGUA E ENSINO
Dr. Joaquim Nepomuceno ( UNAMA)
4.TÍTULO:
Dr. Benedita Celeste Moraes Pinto (UFPA/FACTHO)

5.TÍTULO:Leitura e escrita na contemporaneidade: por uma pedagogia dos multiletramentos
Prof. Ms. Luis Viana Valente
OFICINAS
5. TÍTULO: TEATRO E LITERATURA
Msc. Ângela Vasconcelos e Prof. Hélio Vasconcelos (UFPA)

TÍTULO: TECNOLOGIA E LINGUAGEM – VARBRUL
MS. Marcelo Pires (UFPA)

6. TÍTULO: RELAÇOES ENTRE LITERATURA E HISTÓRIA
Msc Francivaldo Nunes(UFPA/FACTHO)

7. TÍTULO: INGLÊS PARA INICIANTES: TÉCNICAS DE LEITURA
Msc. Ana Lilia Rocha (UFPA)

* 18 às 19h- MESA REDONDA
TEMA: Texto, Leitura e construção de subjetividade
Ministrante: Profª Dra. Gilcilene Costa (UFPA/ALTAMIRA)

* 19h Certificação e Lançamento de Livros









7 RESULTADOS ESPERADOS

Em termos de resultado, espera-se:
• Publicizar, em forma de ANAIS DA JORNADA, os artigos decorrentes de comunicações orais, bem como de pôsteres, conferências, mesas redondas e palestras, além de sinopses dos mini-cursos e oficinas.
• Possibilitar a participação de 250 pessoas, envolvendo discentes de letras, profissionais da educação, docentes da Faculdade de Linguagem, sujeitos ligados a movimentos sociais, discentes do PARFOR/LETRAS.
• Promover o intercâmbio da produção do Curso de Letras com pesquisadores de outras instituições do país, bem como com a comunidade local, a partir, principalmente, dos egressos do referido curso que estejam no exercício de sala de aula.


































8 ORÇAMENTO

ITEM QUANTIDADE VALOR R$
Passagens (BELO HORIZONTE-BELÉM-BELO HORIZONTE) 1 2.000,00
Passagens (MARABÁ-BELÉM-MARABÁ) 1 400,00
Passagens (ALTAMIRA-BELÉM-ALTAMIRA) 1 1.500,00
Passagens (BELÉM/CAMETÁ/BELÉM) 30 1.860,00
Passagens (ABAETETUBA/CAMETÁ/ABAETETUBA) 1 62,00
Passagens (SANTA CATARINA/BELÉM/SANTA CATARINA) 1 2.500,00
Diárias 30 5.100,00
Publicação de Anais 1 2.000,00
Impressão de Material para Divulgação do Evento - 1.110,00
Coffe-break Estimado para 300 pessoas 1.250,00
VALOR 17.782,00

8.1 CONTRAPARTIDA DA FACULDADE DO CAMPUS DE CAMETÁ
8.1.1 Serviço de Reprografia
8.1.2 Três Auditórios
8.1.3 10 Salas de aulas
8.1.4 Equipamentos de vídeo, som, projeção, computadores

segunda-feira, 17 de maio de 2010

I SEMINÁRIO DE PESQUISA DO CURSO DE LETRAS DO CAMPUS UNIVERSITÁRIO DO TOCANTINS (I SEPEL)

I SEMINÁRIO DE PESQUISA DO CURSO DE LETRAS DO CAMPUS UNIVERSITÁRIO DO TOCANTINS (I SEPEL)

Pesquisas e perspectivas de estudo de Línguas e Literaturas na Amazônia

11 de junho de 2010
Campus Universitário do Tocantins/Cametá








Público Alvo

Discentes do Curso de Letras





Realização

CAMPUS UNIVERSITÁRIO DO TOCANTINS
FACULDADE DE LINGUAGEM

Coordenação da Faculdade de Linguagem

Profª IVONE VELOSO

Coordenação geral do evento

PROFº LUÍS DE NAZARÉ VIANA VALENTE



Cametá/Pará
Junho de 2010

Apresentação


O I SEMINÁRIO DE PESQUISA DO CURSO DE LETRAS DO CAMPUS UNIVERSITÁRIO DO TOCANTINS (I SEPEL): Pesquisas e perspectivas de estudo de línguas e literaturas na Amazônia, configura-se como uma postura estratégica do curso de Letras e da Faculdade de Linguagem do Campus Universitário do Tocantins, no incentivo e fortalecimento das práticas de pesquisa na área. Trata-se, antes de tudo, de publicizar e valorizar pesquisas em andamento do corpo docente do curso, além de contribuir para que os discentes em formação, principalmente aqueles em fase final do curso, tenham a possibilidade de escolher um campo de pesquisa para sua atuação enquanto pesquisador, quando da elaboração de seu Trabalho de Conclusão Curso.


Objetivos

• Fortalecer as práticas de pesquisa no Curso de Letras;
• Possibilitar a apresentação e discussão das pesquisas desenvolvidas pelos professores do campus, cujo ponto central seja a linguagem, tanto do ponto de vista teórico e epistemológico, como aplicado;
• Oportunizar aos alunos o conhecimento e o debate sobre as áreas de atuação e os focos de pesquisados dos professores do campus;
• Garantir um leque de possibilidades para os discentes ingressarem na pesquisa, principalmente, mas não somente, quando da elaboração do trabalho de conclusão de curso.


Perspectiva Teórica

A perspectiva teórica assumida pelo curso de Letras no que diz respeito ao tratamento da linguagem é aquela que considera a língua para além da tendência meramente representacionista. Trata-se de comprendê-la em seu aspecto discursivo e enunciativo (BAKHTIN, 1996 [1979]), cuja peculiaridade não está apenas no aspecto estrutural e estático da língua, mas na construção e co-construção de significados localmente produzidos (STREET, 1991), capazes de desmistificar as diversas formas de poder aí cristalizadas (ROJO, 2009).
Assim, a descrição e o acesso as variadas formas lingüísticas e culturais por meio das quais a ideologia dominante circula e se manifesta, campo atualmente alçado pela perspectiva do letramento crítico e multissemiótico (CERVETTI, PARDALES e DAMICO, 2001, s/p), passa a ser uma das maiores contribuições do curso para a comunidade.

Além disso, vale ressaltar, a postura política das práticas de pesquisas, ensino e extensão que o curso de Letras representa para a região, principalmente quando se prima pelo desenvolvimento humano dos sujeitos, pois como ensina Jean Paul Bronckart:

Na perspectiva vygotskiana, a ciência integrada do humano deveria ter como objetivo último tratar (ou até resolver) os problemas que se colocam concretamente na vida das “gentes”: recusamos toda distinção entre “pesquisa fundamental” e “pesquisa aplicada”; além disso, consideramos que as situações práticas constituem um dos lugares maiores de validação das proposições teóricas (...) pensamos que todo projeto da ciência do humano comporta necessariamente uma dimensão política, e conduz, portanto, a engajar-se sobre terrenos práticos, em vista de uma melhoria das situações, cujo teor é evidente e democraticamente “discutível”. (BRONCKART, 2006)




Participantes

Prof. Dr Gilmar Pereira da Silva
Profº. Doutorando Doriedson Rodrigues
Profª Msc Ivone dos Santos Veloso
Profª MSc Ângela Maria Vasconcelos Sampaio
Prof Ms Luís de Nazaré Viana Valente
Profª MSc Raquel Maria da Silva Costa
Profª MSc Helane de Fátima Fernandes Melo
Profª MSc Maria Lucilena Gonzaga Costa Tavares
Profº MSc Jorge Domingues Lopes
Profª MSc Benedita Maria do Socorro Campos de Sousa
Profª MSc Dante Luiz de Lima
Profª Maria Luiza Rodrigues Faleiros Lima
Profª MSc Ana Lília Carvalho Rocha


Orçamento e recursos

Programação



Referências

BAKHTIN, M. M./VOLOCHÍNOV, V. N. [1929] Marxismo e Filosofia da Linguagem. São Paulo: Hucitec, 1981.
CERVETTI, G.; PARDALES, M. J.; DAMICO, J. S. A tale of differences: Comparing the traditions, perspectives, and educational goals of critical reading and critical literacy. Reading Online, 4(9), Abril de 2001. Disponível em: http://www.readingonline.org/articles/art_index.asp?HREF=/articles/cervetti/index.html.
COPE, B.; KALANTZIS, M. Designs for social futures. In: B. COPE; M. KALANTZIS (Orgs). Multiliteracies – Literacy Learning and the design of social futures. New York: Routledge, 2006[2000]. Pp. 203-234.
ROJO, Roxane. Letramento e capacidades de leitura para a cidadania. [2009] Mimeo (circulação restrita).
STREET, B. What’s “new” in new literacy studies? Critical approaches to literacy in theory and practice. Current Issues in Comparative Education, v. 5, n. 2, p. 77-91, 2003.